O uso de dispositivos e aplicativos móveis pessoais no trabalho é uma tendência em rápida expansão em todo o mundo. Em meio aos desafios e oportunidades contidos nesse cenário, o Brasil é um dos países em que essa prática começa a se destacar. Duas pesquisas globais encomendadas pela Unisys – companhia de software e serviços de tecnologia da informação (TI) – e realizadas pela Forrester Consulting mostram que uma parcela significativa dos brasileiros está usando recursos como smartphones, tablets e aplicativos móveis para fins profissionais. Com a participação de 2.609 profissionais – 282 do Brasil – que adotam a tecnologia em suas rotinas de trabalho, o estudo identificou uma categoria batizada de “mobile elite”, formada por pessoas que usam três ou mais dispositivos e têm um alto nível de uso de tecnologia. Com 33% dos entrevistados inseridos nessa classificação, o Brasil foi o país que apresentou o maior índice nesse quesito, contra uma média global de 23%. A pesquisa traz outros dados que reforçam esse contexto. Entre os profissionais brasileiros que adotam seus próprios smartphones no trabalho, 68% disseram usar o aparelho para o relacionamento com os clientes, frente uma média global de 61%. Na mesma direção, 55% dos entrevistados disseram participar de fóruns de redes sociais para interagir com clientes e parceiros, enquanto a média mundial foi de 40%. Ao mesmo tempo, 54% afirmaram que compraram ou pagaram por algum recurso tecnológico do próprio bolso para aprimorar as rotinas profissionais. Apesar desses números expressivos, uma outra parte da pesquisa, realizada a partir de entrevistas com 590 executivos de TI e de negócios – 78 no Brasil -, ressalta a discrepância entre a visão dos trabalhadores e das empresas nesse tema. Enquanto 39% dos profissionais brasileiros afirmaram que usam dispositivos e aplicativos pessoais porque precisam disso para fazer seu trabalho e a companhia não oferece alternativas, menos de 31% dos executivos disseram acreditar que essas tecnologias são essenciais para os negócios. Da mesma forma, 68% dos executivos de TI consideram que os colaboradores adotam dispositivos e aplicativos porque querem estender uma prática pessoal ao ambiente de trabalho, enquanto 23% dos profissionais concordaram com esse pensamento. Política empresarial Diante desse panorama, 64% das empresas brasileiras consideram o uso de aplicativos pessoais um comportamento de risco, que pode levar à demissão do funcionário. Mesmo sob essa visão, 85% dos profissionais “mobile elite” e 33% de todos os trabalhadores brasileiros pesquisados disseram já ter baixado um aplicativo que não foi oferecido por suas companhias. Para justificar essa prática, 53% apontaram benefícios de produtividade e eficiência; 67% a satisfação profissional; e 45% como a melhor forma de resolver determinados problemas. Embora existam distorções entre a visão dos profissionais e as companhias, o Brasil também se destacou em relação às políticas empresariais que permitem a utilização de tecnologias pessoais no ambiente profissional e oferecem suporte de TI a essas práticas. No país, com base na pesquisa com os executivos, o índice de companhias que oferecem equipamentos e suporte para seus funcionários saltou de 14% em 2011 para 71% nesse ano. Nesse período, o índice global saiu de 27% para 61%. No caso dos dispositivos pessoais, a permissão nas empresas brasileiras avançou de 19% para 50% no mesmo intervalo. Nesse cenário, 51% das empresas brasileiras criaram aplicativos de produtividade pessoal para seus funcionários e 40%, alguma ferramenta similar para clientes. Em outra frente, 37% das companhias disseram considerar a oferta de aplicativos para suas equipes uma prioridade para os próximos 12 meses. Suporte Entretanto, mesmo com o aumento do suporte de TI ao uso de dispositivos e aplicativos – sejam eles pessoais ou fornecidos pela empresa – a pesquisa mostrou que muitas vezes os colaboradores não procuram a ajuda do departamento de TI para resolverem algum problema com seus equipamentos. Apenas 38% dos profissionais disseram que contatam primeiro a área de TI, enquanto 33% resolvem os problemas sozinhos; 11% pedem ajuda a amigos e 15% procuram a assistência técnica dos fabricantes. Como reflexo desses dados, 78% das empresas brasileiras elegeram os projetos para aprimorar a segurança móvel como prioridade para os próximos 12 meses, contra uma média global de 67%. Entre os recursos previstos, 76% das companhias locais apontaram como foco a adoção de autenticação para usuários móveis baseada em senhas; 32% avaliam projetos de token USB e outros dispositivos; 35% estão analisando recursos de identificação biométrica fácil, usando webcam; e 24% estão considerando a identificação de voz. Ainda no plano da segurança, no caso dos smartphones, 51% das empresas no Brasil possuem uma política para dispositivos fornecidos pela companhia. Em relação aos smartphones pessoais usados no ambiente de trabalho, 40% das organizações contam com uma política e ferramentas adequadas. | |
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quinta-feira, 27 de setembro de 2012
Brasil é destaque em ranking de uso de dispositivo pessoal no trabalho
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