Imagine que você está dirigindo um carro e lá fora há uma neblina que o impede de enxergar com nitidez qualquer coisa próxima do veículo. Ainda assim, você precisa encontrar uma maneira de ver mais longe o que existe à frente no seu caminho, para que possa reagir com mais assertividade a todos os estímulos que receber, minimizando tanto quanto possível a possibilidade de sofrer um acidente. Parece complicado, mas este é o grande desafio de quem dirige uma empresa nos dias de hoje.
A metáfora foi apresentada por Christopher Meyer, no Fórum HSM Novas Fronteiras da Gestão, ao ressaltar o quanto está vivo o conceito de mudar ou morrer para as empresas que pretendem ter longevidade e sobreviver a ambientes turbulentos e de incertezas. O professor afirmou que só uma empresa mais adaptativa é capaz de responder ao ambiente, e comparou a organização ao coração de um indivíduo, que é obrigado a se adaptar conforme os estímulos que recebe. “O crescimento das empresas voláteis é três vezes maior, e elas se tornam mais produtivas”, afirmou.
Meyer explicou que quando o ritmo da mudança externa excede o da mudança interna, pode ser o início do fim, uma vez que o ritmo das mudanças tecnológicas dobra a cada década. Este é o principal motivo pelo qual teremos de ser mais adaptáveis. “A neblina não vai se dissipar, mas o carro vai precisar dobrar de velocidade a cada década.” E ainda que não esteja claro este novo modelo organizacional, é certo que ele será em rede e aberto, o que vai exigir uma mudança gerencial e também na estratégia das empresas.
O professor afirmou que as mudanças vão ocorrer num ritmo tão rápido e tão imprevisível que muitas das empresas que existem hoje não terão capacidade para acompanhar o ritmo da economia e das mudanças do mercado. E uma das dicas que deixou para os gestores é que coloquem uma nova mudança na linha de frente a cada ano. “Tente novas regras, faça experiências, e depois selecione o que funciona”, aconselhou. Isso vai propiciar ao líder também gerenciar melhor uma empresa adaptativa. Para ele, esta é uma questão de vida ou morte.
E aí, vai se deixar cegar pela neblina ou vai em busca de um farol potente que possa iluminar melhor o seu caminho e trazer longevidade para a sua empresa?
Alessandra Assad é diretora da AssimAssad Desenvolvimento Humano, professora nos MBAs da Fundação Getulio Vargas, palestrante e autora do livro “Atreva-se a Mudar! – Como praticar a melhor gestão de pessoas e processos”.
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